Doenças autoimunes nas mulheres: Por que elas sofrem mais?
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Doenças autoimunes nas mulheres: por que elas sofrem mais?

Doenças autoimunes nas mulheres, segundo estudo, quatro em cada cinco pacientes nos EUA com essas doenças são do sexo feminino; experimento com camundongos dá pistas para explicar predominância

Um grupo de cientistas da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, acredita ter descoberto por que as mulheres são maioria entre os pacientes com doenças autoimunes como artrite reumatoide, lúpus, esclerodermia e esclerose múltipla. O motivo pode estar no cromossomo X.

Doenças autoimunes nas mulheres

Segundo o geneticista e especialista em dermatologia Howard Chang, em comunicado divulgado pela universidade após a publicação de artigo científico na revista Cell, na quinta-feira (1º/2), em relação às doenças autoimunes nas mulheres:

“Como médico praticante, atendo muitos pacientes com lúpus e esclerodermia, porque essas doenças autoimunes se manifestam na pele. A grande maioria desses pacientes são mulheres.”

Além disso, o sistema imunológico tem como principal função nos proteger de infecções por vírus, fungos e bactérias. Todavia, para algumas pessoas ele tem uma resposta acentuada, atacando os tecidos do próprio corpo.

Vale destacar que as doenças autoimunes ocupam a terceira posição entre as mais prevalentes. E fica atrás apenas do câncer e das doenças cardíacas. As mulheres são as mais afetadas: estima-se que quatro entre cinco pacientes com diagnósticos de doenças autoimunes nos Estados Unidos sejam mulheres.

E por que isso ocorre?

Homens e mulheres carregam 22 pares idênticos de cromossomos e um, o 23º, diferente. Eles se diferenciam por apresentarem um cromossomo X e outro Y, fazendo com que certas características sejam completamente influenciadas pelo sexo.

Por outro lado, apesar de as mulheres terem um X a mais, elas produzem aproximadamente o mesmo nível de proteínas especificadas pelo cromossomo X que os homens. Isso advém porque um dos dois cromossomos é silenciado por uma molécula chamada Xist para evitar duplicações na expressão genética ligadas ao X.

Experimento com camundongos

Em um experimento com camundongos, os pesquisadores descobriram que a inativação do cromossomo X pelo gene Xist inserido em machos pode levar a doenças autoimunes. Isto permitiu examinar como o sistema imune responde ao Xist quando há apenas um cromossomo X.

Geralmente, os machos desenvolvem autoimunidade semelhante ao lúpus em uma taxa muito menor do que as fêmeas. Entretanto, quando o gene Xist inserido foi ativado, eles desenvolveram a doença a uma taxa de prevalência muito maior, semelhante à das fêmeas.

Os cientistas observaram que várias das proteínas que o Xist recruta para ajudar no silenciamento dos cromossomos são auto antigênicas. Nas doenças autoimunes, os autoantígenos são os que disparam o alarme do sistema imunológico, acionando-o para atacar o corpo que deveria defender.

Moléculas

Os pesquisadores independentes dizem ser improvável que as moléculas sejam a única razão pela qual as mulheres têm maior probabilidade de sofrer com doenças autoimunes. Contudo, acreditam que a confirmação dos resultados pode contribuir com a criação de novos tratamentos específicos para essas moléculas.

Uma possível esperança para quem tem Esclerose Múltipla

Em contrapartida, vale esclarecer que médicos que se destacam no tratamento de doenças neurodegenerativas, como o Dr. Marc Abreu, podem dar uma esperança a pacientes com Esclerose Múltipla, por exemplo. O médico brasileiro, radicado nos Estados Unidos, criou uma técnica não invasiva para auxiliar pessoas que convivem com EM. A abordagem BTT Abreu 700 ativa proteínas de choque térmico e visa melhorar a qualidade de vida dos pacientes com essa doença.

*Foto: Reprodução/https://br.freepik.com/fotos-gratis/close-up-mulher-adulta-segurando-um-laptop_7071575.htm#query=esclerose%20m%C3%BAltipla&position=10&from_view=search&track=ais&uuid=55f9ba0b-ef91-412f-b251-081f820ab7a0

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