O médico brasileiro criou uma técnica que pode trazer qualidade de vida para pacientes com essa condição
A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença neurodegenerativa desmielinizante autoimune crônica que afeta aproximadamente 40 mil pessoas no Brasil. A doença causada por mecanismos inflamatórios que comprometem a bainha de mielina, aflige, em sua maioria, mulheres brancas com idade entre 18 e 30 anos.
Entre os locais mais afetados no organismo estão: o tronco cerebral, os nervos ópticos o cérebro e a medula espinhal. As causas da doença podem estar ligadas a fatores genéticos que regulam o sistema imunológico e a gatilhos ambientais como: infecções virais (vírus Epstein-Barr), baixa exposição ao sol, obesidade, exposição ao tabagismo e exposição a solventes orgânicos.
Esclerose Múltipla e a técnica BTT
Médicos especialistas em doenças neurodegenerativas, como o Dr. Marc Abreu, trazem esperança para pacientes com Esclerose Múltipla. O médico brasileiro, radicado nos Estados Unidos, criou uma técnica não invasiva para auxiliar pessoas que convivem com a doença.
A abordagem BTT Abreu 700 concentra-se na ativação de proteínas de choque térmico, durante o tratamento o paciente é exposto a temperaturas elevadas, induzindo um choque térmico controlado e seguro. Esse procedimento estimula o cérebro do paciente e tem como objetivo melhorar a qualidade de vida e reduzir o progresso da doença.
Como a doença afeta o organismo?
O organismo de quem possui Esclerose Múltipla ataca a si mesmo, as células imunológicas ao invés de proteger o sistema de defesa, passa a atacá-lo, produzindo inflamações. Essas inflamações afetam a bainha de mielina, capa protetora que reveste o prolongamento dos neurônios ou axônios.
Com a inflamação da mielina e dos axônios, as funções coordenadas pelo cerebelo, cérebro, tronco encefálico e medula espinhal são prejudicadas. Os episódios agudos da doença, conhecidos como surtos, ocorrem quando há o surgimento de novos sintomas neurológicos ou a intensificação de sinais pré-existentes da condição.
A duração mínima de cada surto é de 24 horas, com intervalo mínimo de 30 dias entre cada episódio. A recuperação da desmielinização pode ser total ou parcial. Alguns pacientes podem piorar em caso de febre, infecção, mudanças climáticas extremas, fadiga, na prática de algum exercício físico, desidratação, estresse emocional ou nas variações hormonais.
Sintomas da Esclerose Múltipla
Entre os sintomas, o paciente com EM pode apresentar:
- Fraqueza ou cansaço extremo;
- Dormência ou formigamento, dor ou queimação no rosto;
- Mancha escura no centro da visão de um olho, visão borrada, embaçamento visual, perda da visão ou visão dupla;
- Espasmos, perda de força muscular, rigidez muscular e dificuldade para andar;
- Tonturas, desequilíbrios e falta de coordenação para se movimentar ou andar;
- Perda ou retenção de urina e dificuldade no controle intestinal;
- Problemas de atenção, memória e a presença de lentificação;
- Presença de quadros de ansiedade, depressão e alterações de humor.
Formas clínicas da Esclerose Múltipla
A primeira forma da doença é conhecida como remitente-recorrente (EMRR), caracterizada pela presença dos surtos, com melhora do quadro após o tratamento ou espontaneamente. Essa forma da EM ocorre nos primeiros anos da doença, os episódios podem durar dias ou semanas, e caso o paciente não inicie o tratamento, os surtos podem aumentar.
Estima-se que em 10 anos, metade desses pacientes evoluam para a segunda forma da doença, a secundária progressiva (EMSP). Nesta fase, o paciente não se recupera totalmente dos surtos e pode ter sequelas. Em 10% dos casos acontece a forma primária progressiva (EMPP), quando acontece uma piora dos surtos e 5% dos pacientes podem apresentar a quarta forma da doença, chamada de progressiva com surtos (EMPS), quando incide o comprometimento mais precoce dos axônios e a progressão do processo desmielinizante.
Diagnóstico da doença
Para concluir o diagnóstico desta doença é necessário fazer exames que sigam os Critérios de McDonald 2017. Neles são considerados exames de imagem, análise da coleta de líquor (LCR) e fatores clínicos.
Nos exames de imagens são indicados a Ressonância Magnética da coluna (medula espinhal) e do crânio. O exame de coleta de líquor é feito a partir de um material coletado por uma punção na coluna lombar.
Além desses exames, outros métodos podem ser solicitados: potencial evocado somatossensitivo dos membros superiores e inferiores, auditivo do tronco cerebral (exames de neurofisiologia) e potenciais evocados visual.
Alternativas para o tratamento da Esclerose Múltipla

Com os avanços científicos, tratamentos estão surgindo para melhorar a qualidade de vida dos pacientes com Esclerose Múltipla. Desenvolvido pelo Dr. Marc Abreu, após 16 anos de pesquisa na universidade de Yale, o procedimento de indução de proteínas por choque térmico já foi aplicado em pacientes com diversas condições neurológicas.
O tratamento é realizado em ambiente hospitalar, centrando-se na regulação térmica do paciente mediante procedimentos avançados de hipertermia e hipotermia, orientados pelo controle cerebral. Adicionalmente, o procedimento não é invasivo e não requer um período de recuperação. Não há necessidade de internação e, para cada sessão, é necessário que o paciente compareça diariamente ao Instituto Médico BTT durante um período que será determinado pelo médico responsável.
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