Operação de hérnia
Saúde

Operação de hérnia: quando ela é necessária?

Operação de hérnia é o único método eficaz para corrigir uma hérnia abdominal

Uma hérnia abdominal só pode ser corrigida por meio de intervenção cirúrgica. No entanto, não são todos os pacientes que devem ser submetidos a esse procedimento como primeira providência. Isso porque existem hérnias pequenas e assintomáticas que não oferecem risco imediato. Porém, necessitam ser acompanhadas, pois podem evoluir e apresentar sérias complicações. O cirurgião geral é quem realiza a operação. Portanto, é ele quem é acionado para que os devidos cuidados sejam tomados.

O que é hérnia abdominal?

A hérnia abdominal consiste no abaulamento de algum órgão da barriga (geralmente o intestino) para fora da parede muscular dessa região. Segundo o médico Gustavo Menelau, cirurgião geral especializado em gastro, as hérnias abdominais são protusões do conteúdo abdominal por meio de uma área de fraqueza ou defeito na parede abdominal.  

Além disso, ela é causada pelo enfraquecimento desse tecido por motivos genéticos ou em razão ao aumento da pressão dentro da barriga. Isso ocorre em atividades de elevado esforço físico, obesidade ou gravidez, por exemplo. Elas podem surgir em diversos lugares da parede abdominal. Mas, são mais comuns as umbilicais, inguinais e epigástricas.

Sociedade Brasileira de Hérnia e Parede Abdominal

De acordo com a Sociedade Brasileira de Hérnia e Parede Abdominal (SBH), quase 20% dos adultos brasileiros serão atingidos pela doença em algum momento da vida.

Condição de como a doença se apresenta

Contudo, a hérnia pode ser assintomática ou apresentar sinais, como dor, inchaço e vermelhidão. Entre os principais tipos de hérnias abdominais estão: a incisional (no local de uma cicatriz), a inguinal (na virilha), a epigástrica (parte superior do estômago) e a umbilical.

Possíveis complicações

Por outro lado, a SBH destaca que as hérnias da parede abdominal são progressivas. E é exatamente por isso que o único tratamento possível é a operação de hérnia. Portanto, adiar a intervenção cirúrgica pode ocasionar em seu crescimento, provocando uma piora nos sintomas e na complexidade do procedimento.

Em relação ao risco de complicações, chamadas de estrangulamento e encarceramento da hérnia. Quando ocorre isso, acaba em uma cirurgia de emergência. Isso porque o encarceramento faz com que uma parte do órgão fica presa ou ao anel herniário, o que gera uma dor intensa. Já o estrangulamento é o comprometimento do fluxo de sangue provocado pela compressão do anel. Além disso, em poucas horas, pode evoluir para necrose, ou seja, a morte das células.

Alguns riscos maiores

Todavia, segundo a SBH, mesmo que todas as hérnias abdominais apresentem chances de evoluir para as mesmas complicações, algumas localizações e tamanhos oferecem riscos ainda maiores. As que acontecem na virilha (inguinais), as femorais são as mais perigosas. Elas apresentam um tamanho médio entre 2 e 10 cm, e também podem encarcerar ou estrangular com mais frequência.

Procedimento cirúrgico ao longo dos anos

Dados do DATASUS revelam que 1 milhão e 460 mil cirurgias para reparos de hérnias da parede abdominal foram feitas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) entre janeiro de 2015 e setembro de 2021.

Entre 2015 e 2019, houve um aumento de 14,9% no número de procedimentos. Por outro lado, de 2019 para 2020, foi registrada uma queda de 41,6% na quantidade de cirurgias feitas. A redução é atribuída à pandemia e à suspensão das cirurgias eletivas em várias regiões do país.

Entretanto, dados mostram que os anos de 2018 e 2019 tiveram o maior número de cirurgias de hérnia feitas pelo SUS, com 263 mil e 268 mil procedimentos, respectivamente. Em 2020 e 2021, por sua vez, as operações caíram para 141 mil e 89 mil.

Especialistas se preocupam

Com a redução neste número de procedimentos, especialistas se preocupam em relação á demanda reprimida. À imprensa, Christiano Claus, presidente da SBH, afirma não ser possível mensurar quantas pessoas esperam pela cirurgia na fila do SUS. Porém, ela é a única forma de tratar definitivamente a doença.

Como é a cirurgia?

A SBH afirma que as cirurgias para reparo de uma hérnia da parede abdominal são consideradas de média e baixa complexidade e oferecem segurança ao paciente. O procedimento é feito em centro cirúrgico, com anestesia local ou raquidiana. Pode ser feito por meio de abertura no abdômen ou por videolaparoscopia.

Em geral, os órgãos são empurrados e reintroduzidos no interior da cavidade abdominal. Em seguida, fecha-se a abertura por sutura. Caso os músculos da barriga estejam muito enfraquecidos, a colocação de uma tela de reforço e proteção pode ser necessária para reduzir os riscos de formação de uma nova hérnia.

Orientações pós-cirurgia

A SBH faz algumas orientações para que os pacientes estejam mais confiantes na hora da cirurgia. Por exemplo, é importante tirar todas as dúvidas antes e conversar com o cirurgião, além de se informar sobre os possíveis riscos para cada caso.

Também é imprescindóvel realizar todos os exames pré-operatórios para poder identificar o estado de saúde do paciente e possibilitar uma cirurgia segura.

Por fim, a entidade recomenda que o paciente constitua uma relação de confiança com o cirurgião e apresente a ele informações médicas atuais e antigas.

*Foto: Reprodução

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