vagão de 1965 volta a circular no interior de são paulo
História

Vagão de 1965 volta a circular no interior de São Paulo

Vagão de 1985 foi restaurado após 11 anos, para não virar sucata

No último domingo (4), após 11 anos e ainda correr risco de virar sucata, um vagão de 1965 voltou aos trilhos no interior paulista. O carro foi doado pela Vale à ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária).

Vagão de 1965 de volta aos trilhos

Apesar de não ter sido produzido no século XIX como a maioria dos vagões antigos do Brasil, o vagão de 1965 é emblemático para ABPF. E entra para a história do país por ser o primeiro do acervo a ter pertencido à Estrada de Ferro Vitória-Minas.

Fabricado pela Companhia Industrial Santa Matilde em Três Rios (RJ), o vagão foi utilizado em toda a sua existência exclusivamente na ferrovia que liga Belo Horizonte a Cariacica (ES).

Sobre isso, o diretor administrativo da ABPF, Hélio Gazetta Filho, disse:

“Ele estava parado desde meados dos anos 2000 e logo que chegou para nós começamos a reformar, mas paramos por conta de outras demandas. Reiniciamos em 2020, mas veio a pandemia a paramos de novo. Conseguimos reiniciar mais uma vez, agora com apoio da Vale, que aprovou um projeto que apresentamos de restauração.”

Trem Rio Doce

O vagão de 1965 representa o antigo Trem Rio Doce. Além disso, ele foi utilizado numa viagem com outros dois vagões. Um deles pertenceu à Estrada de Ferro Sorocaba e o outro foi usado no passado pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro.

Pandemia

Por conta da pandemia, o movimento está bem abaixo da média, o que fez a entidade lançar campanhas com descontos de 50% nos bilhetes apara os adultos que doarem um quilo de alimento não perecível para atrair maus passageiros. No período pré-pandemia, as viagens com mais de uma dezena de vagões eram comuns.

Detalhes históricos do vagão de 1965

O renascimento do vagão aconteceu com a recuperação de detalhes históricos. Isso inclui: maçanetas cromadas e o mapa das estações ferroviárias em que o trem fazia paradas no passado.

Ele costumava partir de Belo Horizonte, e passava por locais como Barão de Cocais, João Monlevade, Pedra Corrida, Governador Valadares e Resplendor, entre outros.

Sorte

Contudo, para que fosse possível voltar aos trilhos em Campinas, a entidade teve um pouco de sorte. Isso porque em 2010, Gazetta Filho foi conhecer a oficina da Vale no Espírito Santo após ter embarcado em Belo Horizonte e percorrido o trecho de João Monlevade, Pedra Corrida, Governador Valadares e Resplendor, entre outros. No local, ele encontrou o vagão de 1965 reformado e outros dois, que estavam em péssimas condições:

“Estavam podres mesmo, mas perguntaram se a gente tinha interesse. Dissemos que sim, fizemos a documentação e saíram os três carros de lá.”

Reinauguração do vagão de 1965

No último domingo o carro seguiu pelos trilhos até Paulínia e foi colocado numa carreta para chegar às oficinas da ABPF, na estação Carlos Gomes, em Campinas.

Já os outros dois carros foram levados pela Vale até Belo Horizonte, de onde seguiram para Lavras e completaram o percurso em caminhões.

Percurso

O trem entre Espírito Santo e Minas Gerais percorre a rota diariamente, numa viagem que dura 13 horas e passa por margens do rio Doce, trechos de mata atlântica no Espírito Santo e montanhas em Minas.

*Foto: Divulgação

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