Tesouros Vivos da Cultura do Ceará teve cerimônia feita na tarde de ontem (19), no Centro Cultural do Cariri Sérvilo Esmeraldo
Na tarde de segunda-feira (19), o Governo do Ceará realizou a cerimônia de diplomação dos novos Tesouros Vivos da Cultura. São 25 pessoas, dois grupos e uma coletividade. O evento ocorreu no Centro Cultural do Cariri Sérvilo Esmeraldo, equipamento da Rede Pública de Equipamentos Culturais do Ceará, na cidade do Crato. A cerimônia contou com a presença do Secretário da Cultura (Secult), Fabiano Piúba, representando a governadora Izolda Cela. A diplomação consolidou a ampliação de 80 para 100 do número de Mestres e Mestras da Cultura.
Tesouros Vivos da Cultura do Ceará
O objetivo da titulação dos Tesouros Vivos da Cultura do Ceará é o de preservar a memória da cultura da região, além de garantir a transmissão de seus saberes e fazeres artísticos e culturais. A ação de ontem concretiza a ampliação do número de Mestres e Mestras da Cultura. Segundo Fabiano Piúba:
“Uma vez eu perguntei para o Mestre Aldemir o que é ser mestre da cultura. E ele me respondeu que primeiro vem o respeito, tem que ser respeitado pela comunidade. Em seguida, tem que ser verdadeiro com o que faz e, em terceiro, tem que te amor.”
Difusor da Cultura
Conforme a Secult, os Mestres e Mestras da Cultura são reconhecidos como difusores de tradições, da história e da identidade, atuando no repasse de seus saberes e experiências às novas gerações. Entre os contemplados com o título de Mestre da Cultura, está o Pajé Barbosa, Mestre da Cultura Indígena. Falecido, o pajé foi representado por seus filhos Pajé Alex e Pajé Fran, que recordaram as ações do pai. Para Pajé Alex:
“Pajé era um mestre completo. Não era só da cultura indígena, ele era mestre do Brasil. Ele trazia diversos dons, de várias e várias funções que ele tinha dentro da aldeia. Nós vamos seguir o legado dele, todos que conviveram com ele vamos seguir, porque aprendemos muito com ele. Vamos continuar levando nossa cultura, nossa animação, nosso teatro e alegria. Porque onde ele estava, era só alegria.”
Mestres da Cultura
Os selecionados pela Coordenadoria de Patrimônio Cultural e Memória da Secult Ceará para serem diplomados mestres da cultura passam a contar com reconhecimento institucional e recebem um subsídio no valor de um salário mínimo mensal, como auxílio para a manutenção de suas atividades e para a transmissão de seus saberes e fazeres.
Segundo a coordenadora do Patrimônio Cultural e Memória da Secult, Jessica Ohara, a cerimônia é um marco importante na cultura do Ceará.
“Esse é um momento bem especial para a nossa coordenadoria. Porque os Mestres e Mestras da Cultura são o que chegamos mais perto da população na preservação do patrimônio imaterial. Porque a gente protege os saberes, os fazeres, e a gente ajuda a difundir o que esses mestres fazem há muito tempo”, explicou a coordenadora. “Isso aqui, o reconhecimento do Estado, é so algo oficial. Porque mestres vocês já são há muito tempo.”
Registro
Contudo, vale destacar que desde 2003, durante a gestão da então secretária da Cultura, Cláudia Leitão, do governo Lúcio Alcântara, o Registro dos Mestres da Cultura Tradicional Popular do Estado do Ceará acontece, no âmbito da Administração Pública Estadual.
Em 2017, o então governador Camilo Santana ampliou de 60 para 80 o número de Tesouros Vivos do Ceará, alcançando uma meta do Plano Estadual da Cultura.
Além disso, o programa Mestres da Cultura se tornou um referencial do Ceará para o Brasil. E na época de sua criação, recebeu o prêmio do Ministério da Cultura pela qualidade e pelos efeitos da iniciativa.
Em declaração à Secult, a cordelista Josenir Lacerta escolheu as palavras “gratidão” e “felicidade” para falar em nome dos mestres da cultura diplomados:
“Hoje ouvimos muitos mestres falando de ser feliz, de estar feliz. Então, esse é um momento de felicidade, eu tenho certeza que cada mestre está com coração transbordando de felicidade e está vivendo esse momento com muita intensidade.”
Veja abaixo os mestres da cultura diplomados:
- Pajé Barbosa – Mestre Indigena
- Zilda Torres – Teatro de Bonecos
- Pádua Queiroz – Literatura de Cordel
- Lourdes do Coco – Dança do Coco
- Josenir Lacerda – Literatura de Cordel
- Mestra Carla Mara – Copeira
- Mestre Cicero – Banda Cabaçal
- Ana da Rabeca – Rabequeira
- Augusto Bonequeiro – Teatro de Bonecos
- Klevisson Viana – Literatura de Cordel, desenho e gravura
- Francorli – Xilogravura
- Mestre Lula – Capoeira
- Pai Neto Tranca Rua – Umbanda
- Mestre Wlisses – Capoeira
- Mestre Galdino – Mateiro
- Mestre Fanca – Contadora de História e Bordadeira
- Mestre Dodô – Reisado
- Édson Brandão – Circo
- Raimundo Claudino – Cultura Junida
- Mestre Chico Ceará – Capoeira
- Mestre Nena – Becamarteiro e Mateu de Reisado
- Maria Izabel – Rezadeira
- Dadá Leitão – Artesanato Barbado a Mão
- Cirio Brasil – Circo de Lona Tradicional
- Mestre Vamirez – Santeiro
- Reisado de Caretas Potengi
- Coco de Praia do Iguape
- Associação Cultural do Maracatu Vozes da África
*Foto: Reprodução