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Economia

São Paulo: Maksoud Plaza pede recuperação judicial

Um dos hotéis mais icônicos de São Paulo acaba de tomar uma decisão diante da pandemia da Covid-19. Sendo assim, o Maksoud Plaza pede recuperação judicial. O motivo visa o pagamento de suas dívidas, segundo um comunicado divulgado pelo próprio hotel e por sua controladora, a Hidroservice Engenharia.

Maksoud Plaza pede recuperação judicial

Consta na ação de recuperação judicial, protocolada na semana passada (21) é no valor de pouco mais de R$ 81 milhões. Entretanto, os débitos totais que incluem os trabalhistas, atingiriam R$ 120 milhões, afirmou uma fonte próxima ao caso.

Seis meses parado

Após quase seis meses fechado, o Masjoud Plaza voltou a funcionar no último dia 4 de setembro. Porém, a taxa de ocupação, em razão do esvaziamento do turismo de negócios está atualmente em torno de 3% na cidade de São Paulo, acrescentou o comunicado. Portanto, para cortar gastos, a empresa diz ter cortado 50% dos seus funcionários no último dia 18.

Vale lembrar que o setor de turismo, assim como o de aviação, foram um dos mais afetados pela pandemia, como afirmou o sócio e CEO da consultoria RK Partners, Ricardo K., ainda no mês de maio.

Além disso, dias antes do Maskoud solicitar recuperação judicial, outra grande empresa importante da capital paulista teve seu novo plano de recuperação judicial rejeitado por parte de seus credores. Trata-se da Livraria Cultura, e agora caberá à Justiça decidir se o processo segue ou não em direção à falência.  

Longa disputa familiar

Em contrapartida, o Maksoud Plaza repede recuperação judicial também arrastado por outro fator: a longa disputa familiar. A briga em questão diz respeito à herança que coloca em lados opostos pai e filho: Henry Maksoud Neto e Roberto Maksoud.

No caso, um documento assinado pelo avô deu ao neto pleno direito sobre a herança. No entanto, os filhos do primeiro casamento de Henry Maksoud, Roberto e Claudio, afirmam que a assinatura é falsa e o documento não tem valor legal. Por outro lado, Maksoud Neto, que trabalha no hotel desde os 15 anos, sempre negou tal informação.

Todavia, até no caso Panamá Papers o Maksoud foi mencionado. Isso graças a uma assinatura atribuída ao fundador do hotel. Mas que tem data posterior à sua morte.

Além disso, há mais um imbróglio judicial envolvendo o hotel. Em 2011, em função de uma dívida trabalhista da controladora Hidroservice, o imóvel avaliado em torno de R$ 400 milhões, foi a leilão judicial. Na ocasião, os empresários Fernando Simões e Jussara Simões, da Júlio Simões Logística (JSL), arremataram o edifício como pessoas físicas.

Desde então, começou uma briga pela propriedade. Em dezembro de 2019, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) considerou esse leilão válido, mas a família continua a recorrer. A decisão foi ao TST, já que o hotel foi leiloado para pagar dívidas trabalhistas.

Maksoud Plaza pede recuperação judicial – petição

Na petição da recuperação judicial, os advogados do Maksoud Plaza argumentam que a situação econômica da empresa vem melhorando. De acordo com o documento, o hotel faturou R$ 72,5 milhões em 2019, contra R$ 36,8 milhões obtidos em 2013, sob a gestão anterior. Além disso, a companhia afirma ter reduzido o total de processos trabalhistas de mais de 400 para quase 30.

Auge

O Maksoud Plaza pede recuperação judicial após mais de 30 anos de seu auge, marcado pelas décadas de 80 e 90. Prova disso é que um documento do processo judicial recorda que a Hidroservice, empresa de engenharia, chegou a ter 10 mil funcionários em seu auge.

Entre os projetos mais famosos da companhia, estão: os aeroportos Tom Jobim (Galeão, no Rio de Janeiro), Eduardo Gomes (Manaus) e o Terminal Rodoviário Tietê (em São Paulo).

Inicialmente, as informações em relação à recuperação judicial do Maksoud foi revelada pelo jornal Valor Econômico.

*Foto: Divulgação

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