O papel do fiador é essencial para a realização de um financiamento ou aquisição de um bem de grande valor
Quem quer realizar o sonho da casa própria, comprar o primeiro carro ou fazer uma faculdade, a figura de um fiador é essencial. Saiba mais neste artigo o porquê.
Papel do fiador – entenda
Em primeiro lugar, o papel do fiador é assegurar o cumprimento das obrigações financeiras, no caso de qualquer imprevisto com o titular da compra ou com o solicitante do crédito, caso essa pessoa fique inadimplente em relação ao contrato.
Ele pode estar presente no financiamento de um caro, assim como financiamento ou empréstimo com um banco, na locação de uma casa, no financiamento de um curso de graduação. E também em outras situações que exigem uma garantia, por parte do solicitante do crédito, de que o pagamento será feito mesmo sob qualquer situação de imprevisto.
Sendo assim, o fiador exerce a parte da segurança do contrato, pois são os seus bens que vão estar sob custódia caso ocorra qualquer situação de dívida no contrato. Isso significa que, no caso da locação de um imóvel, por exemplo, a falta do pagamento de aluguel pode implicar em colocar a propriedade do fiador sob penhora. Em situações de inadimplência em financiamento, o não cumprimento das obrigações do solicitante de crédito também pode implicar, diretamente, em prejuízos financeiros para o fiador.
Por isso, é importante que, entre o fiador e quem está solicitando o crédito, exista uma sólida relação de proximidade e de confiança.
Quem pode ser fiador?
É necessário atender às demandas do programa de financiamento que está em jogo. Na maioria dos casos, exige-se que o fiador seja maior de idade e tenha uma relação próxima com quem está solicitando o crédito para o financiamento em questão.
Responsabilidades
O papel do fiador aqui é proporcionar segurança e estabilidade para o contrato. É ele que vai garantir que o pagamento das parcelas vai ser cumprido.
Como funciona o processo
O processo para ser fiador depende muito das exigências da instituição que vai oferecer o contrato. Entretanto, em todos os casos é preciso entregar uma documentação completa e atender uma série de requisitos, que vão passar por um processo de análise pela empresa, que vai decidir se aprova, ou não, a pessoa indicada para ser fiador.
Fiador para financiamento
No quesito universidade, é importante ter uma pessoa de confiança. Portanto, o papel do fiador é garantir o cumprimento das parcelas do financiamento.
Há duas formas de financiamento: o financiamento público, popularizado, principalmente, pelo Fies, e o financiamento particular. As vagas ofertadas podem variar a cada ano. Quanto melhor o desempenho no Enem, maior a chance de conseguir o financiamento, explica Miguel Rodrigues, Diretor Executivo da empresa O Facilitador, empresa especializada em renegociação de dívidas.
No financiamento estudantil público, o estudante paga o curso a partir de subsídio federal e depois retorna o dinheiro para o governo após sua formação. Já o financiamento estudantil privado é um tipo de crédito pessoal destinado a simplificar o acesso do estudante ao ensino superior.
Assim como acontece no Fies, uma instituição financeira arca com as despesas dos estudos e o aluno devolve o dinheiro emprestado após um período. A diferença é que em vez de ser subsidiado pelo governo federal, o crédito vem de bancos privados ou empresas especializadas, como o Pravaler. Além disso, é firmado um contrato com a universidade de interesse em que, semestralmente, há uma renovação e o estudante pode pagar a faculdade, em oito anos, um curso de quatro anos de duração, por exemplo.
Preciso de fiador para o Fies?
Depende do caso. Porém, no portal oficial do Fies diz que sim, e é necessário ter um fiador para pedir o financiamento. No entanto, existem diferentes tipos de fiança e algumas pessoas estão dispensadas da exigência de apresentar um fiador.
O programa dispensa a apresentação de fiador nos três casos a seguir:
- Bolsistas parciais do Prouni: Se você possui bolsa parcial do Prouni e vai usar o Fies para financiar o restante da mensalidade do mesmo curso em que é bolsista, não precisa apresentar um fiador.
- Estudantes de cursos de licenciatura: O Fies dispensa de apresentar fiador o estudante matriculado em curso de licenciatura.
- Estudantes com renda familiar bruta mensal de até um salário mínimo e meio por pessoa: quem cumpre essa condição também está livre de apresentar fiador.
Mas em caso de não precisar apresentar um fiador, o estudante deve se enquadrar em um dos casos acima para poder contar com a fiança do Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo (FGEDUC), ou Fundo Garantidor. Todos os demais casos devem escolher entre a fiança convencional e a fiança solidária.
Análise de crédito
A análise de crédito é uma etapa imprescindível para aprovar alguém a ser fiador/ garantidor. Esse é o momento em que há a avaliação se a pessoa escolhida para ser fiadora do contrato possui as condições mínimas, em relação ao seu nome junto ao SPC e Serasa, para assumir a função.
É nesta fase que as instituições financeiras avaliam se as chances para receber o valor financeiro do contrato são altas ou confiáveis. Neste caso, empresas como SPC e Serasa, especializadas no tema, acessam um banco de dados que contém informações relevantes sobre a relação das pessoas com o mercado, e conseguem avaliar se há pendências de compras, cobranças judiciais, como é o histórico financeiro e o comportamento para a quitação de pagamentos. Também há uma análise da renda da pessoa – já que é necessário avaliar se o valor da parcela do contrato realmente vai ser acessível, pois não pode ultrapassar 30% da renda líquida mensal para que o orçamento não fique comprometido.
A partir do acesso a esses dados, é gerado um relatório que vai produzir um score, espécie de pontuação que avalia se é seguro, ou não, efetuar pactos financeiros com aquela pessoa. O que isso significa? Que se há um score baixo, as chances para que a pessoa não honre o compromisso são consideradas baixas pelo setor financeiro; se o score é médio, as chances são moderadas e, se o score é alto, as chances são maiores para evitar a inadimplência e, dessa forma, ser um pagador seguro.
A partir do resultado do score, a instituição que solicitou o crédito decide se aceita a pessoa, ou não, como fiadora do contrato.
No financiamento estudantil, a análise de crédito é uma etapa importante para a escolha do fiador. Por isso, é importante que a pessoa escolhida tenha o CPF regularizado (ou seja, não esteja negativado, ou com inadimplências, no SPC ou no Serasa), uma renda fixa, pague suas contas em dia e tenha um bom histórico de compras.
Contudo, vale lembrar que para a maioria das instituições associadas ao programa do Pravaler, não são aceitos fiadores com restrições no CPF encontrados no SPC ou no Serasa. Sendo assim, em caso de ter acharem qualquer dívida, é importante negociá-la antes de pedir uma análise de crédito para ser garantidor.
Comprovação de renda
Por fim, é importante entender os critérios de renda para que alguém seja habilitado a ser nomeado fiador do financiamento estudantil. Em muitos casos, a renda mínima precisa ser, ao menos, duas vezes a mensalidade do curso, como é o caso do garantidor financiamento do Pravaler. É o momento em que é possível comprovar a renda por meio do extrato da conta ou do envio do holerite de pagamento. Caso o estudante mude de garantidor durante o curso, precisa enviar, novamente, os documentos de comprovação de renda do novo fiador, no momento da renovação do financiamento estudantil, que é semestral.
*Foto: Reprodução/Unsplash (Javier Trueba – https://unsplash.com/pt-br/fotografias/iQPr1XkF5F0)