Novo local para acervo da Funarte continuará a preservar mais de um milhão de relíquias da cultura brasileira
Nesta semana deve ser definido o novo local para acervo da Funarte. Porém, tudo ainda é um mistério. O futuro acervo da instituição continuará a preservar mais de um milhão de relíquias da cultura e história brasileira.
Novo local para acervo da Funarte
Até o momento, a única certeza que a diretoria do órgão deu é que o acervo deve ser retirado o mais breve possível do atual local onde se encontra. Hoje, as obras estão em um prédio de 13 andares no centro do Rio de Janeiro, mas que foi interditado na semana passada por apresentar graves problemas estruturais.
Além disso, depois da repercussão do caso, o Ministério do Turismo exonerou a coordenadora do Centro de Documentação e Pesquisa (Cedoc) da Funarte. Joelma Neris Ismael é responsável pela manutenção do acervo. Ela é servidora da Funarte desde 2006 e era coordenadora do Cedoc há três anos.
Não foi uma surpresa
Por outro lado, a notícia não pegou os outros funcionários de surpresa. Isso porque Joelma era vista por seus pares como uma servidora séria, defensora de fundamentos técnicos. Entretanto, em reuniões internas, representantes da diretoria reclamavam de sua postura e achavam que ela gerava dificuldades para o processo de reestruturação em curso no órgão.
Contudo, a direção considerava que ela não colaborava para a rapidez desejada na transferência do acervo.
Por outro lado, segundo apuração do jornal O GLOBO, circula a informação de que o acervo do Cedoc será transferido para o Museu da Casa da Moeda, que também fica no centro do Rio. Haverá uma reunião nesta semana para que o novo local seja definido.
Atual gestão
A atual gestão da Funarte deseja mais do que nunca promover uma intensa difusão e divulgação de seu acervo. A ideia é tornar as atividades da instituição mais populares, e assim conquistar os jovens com conteúdos pensados para a internet. E ainda aumentar o número de seguidores nas redes sociais. Marcelo Nery Costa, diretor executivo da instituição ressaltou ao GLOBO:
“Queremos estar no bonde certo.”
Acervo público deve ser tratada sempre como principal prioridade
Entretanto, bibliotecários lembram que a preservação correta de um acervo público deve ser tratada sempre como principal prioridade. Ou seja, será que “a direção da Funarte pensa que um vídeo sobre Pinxinguinha, por exemplo, dará 1 milhão de views no YouTube?”, questiona um funcionário.
Para um arquivista da Funarte:
“Existem situações que precisam de mais calma, até porque grande parte do acervo do Cedoc não está catalogada ou indexada.”
E concluiu:
“E existe uma grande preocupação técnica com relação a essa mudança física do acervo, algo que pode acabar sendo feito de qualquer jeito. Não sabemos se o material será levado para depósitos… Esse é um processo muito delicado, que poderá gerar perdas de documentos dentro do próprio acervo.”
*Foto: Divulgação/Maria Isabel Oliveira/Agência O Globo