masp abriga duas mostras sobre arte feminina
Cultura

Masp abriga duas mostras sobre arte feminina

Arte feminina história e contemporânea poderão ser contempladas pelos visitantes, no museu situado na Avenida Paulista, em São Paulo

Após uma crítica realizada em 2017 pelo grupo de ativistas feministas Guerrilla Girls, o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, o Masp, passou a rever seu acervo assinado por mulheres na intenção de abrir cada vez mais espaço a estas produções de arte feminina.

Atualmente, o número de peças femininas subiu para 22%, ante 6% de dois anos atrás. Entre as iniciativas deste ano, o museu realizou o Dia Internacional da Mulher de uma forma diferente, evidenciando o quanto é preciso ter uma igualdade de obras assinadas tanto por homens quanto por mulheres em exposições da instituição paulistana.  

Duas mostras de arte feminina em cartaz

Para destacar as obras de arte feminina de artistas não tão conhecidas do grande público, o Masp resolveu dividir as obras em duas mostras para que tenham seus nomes de volta aos holofotes e, ao mesmo tempo, tratar as questões feministas de diferentes épocas. Ambas dão sequência à revisão do acervo do museu e que se comunicam com temas das mostras anteriores: Histórias da infância (2016), Histórias da sexualidade (2017) e Histórias afroatlânticas (2018).

Sendo assim, a mostra voltada aos movimentos anteriores a 1900 foi denominada de Histórias das mulheres. Já as obras que remetem uma discussão da produção contemporânea, foi chamada de Histórias feministas.

Pesquisa das obras antigas de arte feminina

Em declaração ao jornal O Globo, a curadora-assistente do Masp, Mariana Leme, disse:

“Entendemos que o século XX já estava contemplado nas exposições monográficas que fizemos ao longo do ano, como as de Djanira e Tarsila do Amaral”.

Além de Mariana, as mostras são assinadas pela curadora-adjunta de arte moderna e contemporânea da instituição, Julia Bryan-Wilson, e pela historiadora Lilia Schwarcz.

Mariana explica:

“A mostra tem um recorte cronológico, começando com o renascimento e a arte pré-colombiana. É um momento-chave, porque ao mesmo tempo em que se estabelece a divisão entre o que seria considerado arte e artesanato, também se demarca o que seria a arte nas Américas a partir de uma visão colonial. Isso nos dá a chance de observar como tudo o que apreendemos como natural é uma construção, inclusive o papel das mulheres”.

Ela ainda destaca que as artistas de arte feminina tiveram produções consistentes entre os séculos 16 e 19, como a britânica Mary Beale (1633-1699). Em relação às cortes europeias, há obras da francesa Elisabeth Louise Vigée Le Brun (1755-1842), que retratou a rainha Maria Antonieta. No entanto, suas peças foram negligenciadas a partir do século 20.

Mariana recorda que quando começaram a pesquisa dois anos atrás, escreveram a diversas instituições em busca de acervos de arte feminina deste período. Foi assim que descobriram que as próprias entidades precisavam verificar. O motivo é que quando as obras não estão expostas, elas ficam “esquecidas” por estes museus.

Escolha das obras contemporâneas

Em contrapartida, a mostra Histórias feministas ressalta a importância de haver uma igualdade entre produções realizadas por mulheres e homens. Além disso, houve um cuidado demonstrar as lutas de direito à casa e à terra, que estão exemplificadas nas produções da artista Sallisa Rosa e de Virgínia Rosa, com seus retratos captados na Ocupação Hotel Cambridge. Além da diversidade sexual exposta pelos trabalhos dos artistas trans Élle de Bernardini e Lyz Parayzo.

Pontos em comum entre as mostras

O uso de têxteis está presente nas duas mostras de arte feminina do Masp. Sobre isso, Isabella Rjeille, curadora-assistente do Masp, que assina a seleção da exposição, explica:

“A determinação da pintura como a arte por excelência e de lugar de poder do homem também demarca os trabalhos em tecidos como algo menos sofisticado e complexo, e associa esta produção à mulher. Hoje há uma produção que utiliza as mesmas técnicas para questionar estes padrões”.

Obras produzidas especialmente para a exposição

Alguns trabalhos foram produzidos especialmente para a mostra, onde é evidenciada a arte feminina de diversos aspectos, como nas telas da dupla alemã Osteroth e Lydia Hamann. Nelas é possível identificar a influência de artistas brasileiras, como Lygia Clark, Rosana Paulino, Anna Bella Geiger e Vanda Pimentel com sua obra “Permanecendo com o problema” (2019).

Em declaração à mesma publicação a artista alemã Kaj Osteroth afirma:

“A tela pertence à série “Admirações radicais”, em que apresentamos artistas com propostas feministas menos conhecidas fora de seus países a um público mais jovem. Para este trabalho, decidimos, em vez de retratar as artistas, trazer referências de suas obras num ateliê cheio de outros nomes, com todas compartilhando aquelas experiências”.

Ambas as mostras podem ser visitadas até o dia 17 de novembro. Para mais informações, basta acessar o site do Masp.

Fonte: O Globo

*Foto: Divulgação / Edilson Dantas – Agência O Globo

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