Inadimplência alta no Grande ABC
Economia

Inadimplência alta no Grande ABC marca fechamento do ano

Inadimplência alta no Grande ABC, apesar da queda durante segundo semestre, número de endividados é quase 14% maior do que no ano passado

Durante o segundo semestre de 2022, o número de inadimplentes no Grande ABC apresentou queda de até 0,07%. Entretanto, mesmo diante da aparente melhora semestral, a quantidade de pessoas nesta condição na região em novembro voltou a subir, e se mostrou 13,93% maior do que no mesmo período de 2021. É o que revema os dados da CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas) de São Caetano, em parceria com o SPC Brasil.

Inadimplência alta no Grande ABC

Agora, a inadimplência alta no Grande ABC, referente às sete cidades que somam 717.697 pessoas com dívidas em aberto, já era esperado pelo próprio CDL. Para o presidente da entidade de São Caetano, Alexandre Damásio:

“Historicamente, até 90 dias depois do Natal, a taxa apresenta alta por conta dos excessos não controlados, como uso de cartão de crédito ou cartões de loja para compra de presentes.”

Além disso, no Grande ABC, 31,59% dos moradores levam até três anos para sair das dívidas. Os dados obtidos por meio do SPC Brasil também indicam que o valor médio das dívidas está na faixa de R$ 4.879,27; e que os pagamentos pendentes na região são majoritariamente referentes ao setor bancário (74,37%) ou às contas básicas de água e luz (10,15 %).

Aumento dos gastos e despesas durante o ano

De acordo com Vinicius Oliveira Silva, professor de economia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) e especialista do Procon-SP, o maior índice de inadimplência neste período está diretamente associado ao aumento de todos os gastos e despesas durante o ano:

“Observamos isso na inflação acumulada em 12 meses, o IPCA, que foi de 5,9% em novembro de 2022. E, como a renda do assalariado na região não teve aumento, o trabalhador tem menos poder de compra, não sendo suficiente para pagar suas dívidas e todas as despesas básicas mensais.”

Contudo, Silva explica também que mesmo que o não-pagamento de despesas seja algo ‘comum’ na sociedade, o fato afeta claramente o  desenvolvimento da economia, das cidades e do consumidor. O impacto direto nos municípios ocorre, segundo o professor, pois trat-se de sistema pautado em trabalho, geração de renda, consumo, quitações e lucro — ou seja, um ciclo de desenvolvimento.

“Quando alguém não paga, as empresas diminuem sua produção, demitindo funcionários. As famílias passam a ter menos renda, mas elas precisam consumir um mínimo para sobreviver; muitas vezes, as cidades precisam fornecer este mínimo às famílias, o que compromete os gastos municipais. Para piorar, as empresas com dificuldades prejudicam a arrecadação financeira local, deixando todos numa situação precária.”

Processo de recuperação econômica do Grande ABC

Por outro lado, neste ano, o evidente processo de recuperação econômica do Grande ABC foi marcado por aproximadamente 33 mil postos de emprego gerados nos primeiros 11 meses do ano, além de ter recebido um montante de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) 0,68% maior do que no ano anterior. Ainda assim, o ponto de preocupação da região para 2023 se volta à inadimplência, afirma Damásio.

“O governo está dando suporte e nós estamos sempre em busca de soluções para diminuir os números de inadimplentes. Há uns meses, estávamos com os números em queda, e agora subiu novamente. Precisamos falar sobre educação financeira e como administrar o dinheiro.”

*Foto: Reprodução

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