Gabriel Bortoleto lidera Fórmula 3 e já começa a articular nos bastidores para o próximo passo, ou seja, entrar para a Fórmula 2
Atualmente, líder da temporada da Fórmula 3 (F3), com 58 pontos depois das duas primeiras etapas (Bahrein e Austrália), o paulista e piloto da Trident revelou que já tem conversas com “uma equipe de ponta” da F2.
Além da F2, o piloto vem chamando a atenção pelo seu jeito de lidar com as pistas do automobilismo. Ex-pilotos que o digam, como o gaúcho de Pelotas, Renato Conill, que neste completa 40 anos de carreira. Para Conill, os feitos de Gabriel já chamam a atenção em todo o mundo.
Gabriel Bortoleto relata suas conversas com equipes da F2
Recentemente, ele declarou ao blog Band News:
“A gente tem conversado com equipes de Fórmula 2. A gente já está, eu diria, avançado até. Mas agora, acho que o momento principal é de pensar na Fórmula 3, principalmente agora que a gente não fez um qualifying dos melhores aqui em Mônaco. Acho que agora é um momento só de pensar nisso. Mas respondendo à sua pergunta: sim, a gente já tem algumas conversas com algumas equipes.”
Ele disse também que acha que já pode dizer que se trata de uma equipe de ponta na Fórmula 2.
“Eles sempre demonstraram resultado. Vamos ver, né? É muito no começo para definir algo também, só foram conversas. Vamos ver como vão as coisas.”
Problemas em Mônaco
Contudo, em meio às conversas, Gabriel Bortoleto chegou a Mônaco com vitórias nas duas corridas principais das etapas anteriores, contabilizando ainda uma pole position na Austrália. Sendo assim, o sétimo lugar no grid de largada para a corrida principal em Monte Carlo foi encarada com um discurso pouco otimista.
“Acho que o carro da Trident tem mais coisas boas do que falhas, eu diria. Mas em pista de rua como Mônaco, que é uma pista não é tão lisa, eu diria que a gente está sofrendo um pouco com os bumps – mesmo que seja uma pista que não tenha muito. A gente acredita que achou o defeito, o que prejudicou um pouco a gente no qualifying de hoje (26), a gente acredita que achou esse problema.”
O jovem piloto completou dizendo que já foi o qualifying, ou seja, não dá mais para voltar atrás. Porém, ele diz que sabe como Mônaco é: “mais ou menos onde você larga é mais ou menos ali onde você vai ficar, a não ser que tenha uma previsão de tempo diferente ou alguém bata na frente. Mas acredito que, em pista mais esburacadas digamos, se essa é a palavra certa, a gente sofre um pouquinho”.
Otimismo com a equipe
Apesar da posição no grid para a prova de hoje (28), o brasileiro acredita que a Trident pode ser bastante competitiva ao longo do ano. Com os resultados das primeiras etapas, Gabriel chegou a 58 pontos – o suíço Grégoire Saucy, da ART Grand Prix, tem 38 pontos e é o vice-líder.
O brasileiro, que sempre demonstrou interesse e empenho em assinar com a Trident para 2023, disse que acredita que os resultados têm muito de empenho da equipe e de sua parte também.
“A gente tem trabalhado muito nesse começo de temporada – a gente fez muito simulador, a gente trabalhou bastante nos carros também durante todo o inverno na Europa. Para te falar a verdade, a gente vem trabalhando desde setembro do ano passado, assim que a temporada da Fórmula 3 acabou em 2022. A gente fez duas corridas (em 2023), agora está na terceira. Nas primeiras duas corridas, fiz segundo e primeiro no qualifying e ganhei as duas. Aqui em Mônaco, foi um pouquinho mais difícil, é o primeiro ano para a Trident na F3 aqui também. A gente não encaixou muito bem com o carro, eu poderia também ter acertado um pouquinho melhor a minha volta. Então, falta um pouquinho. Mas realmente, para alcançar o primeiro (Gabriele Minì, pole com a Hitech) estava bem difícil, ele estava muito à frente. Mas o começo de temporada tem sido muito bom até agora.”
E concluiu:
“Acredito que eles acabaram muito bem no campeonato ano passado. Foram vice-campeões, mas ganharam nas ultimas três etapas (com Zane Maloney). Eles mostraram que tinham total potencial durante todo o ano. Por ser uma equipe italiana, por estar em Milão como base da equipe, e eu morar lá, acho que tudo se encaixou perfeitamente. Fiz o teste em Jerez, liderei os treinos, e acho que foi a cereja do bolo para falar: ‘Vamos fechar com vocês’. Eles também tinham total interesse, então a gente acabou concluindo esse contrato.”
*Foto: Reprodução/Unsplash (Orxan Musayev – https://unsplash.com/pt-br/fotografias/ow0jf9T6LBM)