À frente da Fundação Palmares, João Jorge terá muito trabalho a partir do ano que vem; escolha partiu da nova ministra da Cultura, a cantora Margareth Menezes, anunciada nesta quinta-feira (22)
Um dos fundadores do grupo de Salvador, Olodum, João Jorge Rodrigues (PSB), será o novo presidente da Fundação Palmares. O nome foi anunciado pela próxima ministra da Cultura, Margareth Menezes, nesta quinta-feira (22). Vale destacar que Rodrigues é militante do movimento negro e presidente da banda.
João Jorge assumirá o cargo ocupado hoje pelo servidor de carreira da Palmares, Marco Antônio Evangelista, que assumiu o posto após Camargo pedir demissão para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados.
Nova gestão da Fundação Palmares – o que esperar
Ao anunciar sua escolha em evento no Centro Cultura Banco do Brasil (CCBB) de Brasília, local escolhido como sede da transição do novo governo, Menezes afirmou:
“O convidado para a Fundação Palmares —que é uma conquista do povo afro-brasileiro e, como o presidente Lula falou, temos que ter esse compromisso— é João Jorge, para fazer um resgate da Fundação.”
A Fundação Palmares foi um dos principais locais de brigas ideológicas do governo Bolsonaro nos últimos quatro anos. Sérgio Camargo, que dirigiu a instituição até março deste ano, protagonizou uma série de polêmicas à frente do principal órgão de valorização da preservação da cultura negra no país.
Camargo chegou a excluir 27 nomes de uma lista de personalidades homenageadas pela fundação, fez uma série de ataques públicos a artistas e ainda sugeriu mudar o nome da Palmares para Princesa Isabel.
Instituição completamente depredada
A cantora disse ainda que nos últimos anos, a Fundação Palmares foi completamente depredada. Agora, ao lado de Márcio Tavares, historiador ligado ao PT, e que será secretário-executivo da pasta, Menezes terá a chance de prezar pela cultura da instituição.
Além disso, a artista disse que sua primeira missão à frente da Cultura é devolver o status de ministério para a atual Secretaria Especial de Cultura.
Queda no orçamento
Contudo, as ofensivas ocorreram enquanto o orçamento caía cada vez mais. Em 2018, antes da gestão bolsonarista, a fundação contava com R$ 29,32 milhões. Porém, já no primeiro ano de Bolsonaro o valor foi reduzido a R$ 25,36 milhões e chegou ao menor número em 2021, com R$ 23,78 milhões. Este ano, teve R$ 24,85 milhões.
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