Dentre essas igrejas, a da Sé mantém importante conjunto de ornamentação do barroco
A cidade de Mariana (MG) carrega muita arte e cultura em suas raízes. O local antigamente era uma vila de mesmo nome, onde a Coroa portuguesa estabeleceu a construção de uma igreja-matriz em um espaço privilegiado. Os responsáveis pela arquitetura foram o pai de Aleijadinho, Manoel Francisco Lisboa e José Pereira Arouca. O material usado edificação foi taipa de pilão e madeira. Nascia assim a Catedral Nossa Senhora de Assunção, a Igreja da Sé, situada na praça Claudio Manoel, no centro histórico do município. O estilo barroco predomina seus traços.
Igreja da Sé
As linhas retas são características da Igreja da Sé, com fachada típica das igrejas seiscentistas. Em seu interior, existe um importante e preservado conjunto de ornamentação que revela diversas fases do estilo barroco luso-brasileiro.
Já os altares foram construídos em madeira talhada e coberta de ouro fosco polido, além da criação de um lavabo na sacristia, em que dizem que o projeto é atribuído a Aleijadinho.
Merece destaque na Igreja da Sé o órgão de Arp Schnitger (1648-1719), produzido entre 1701 e 1710 pelo alemão, que é conhecido como o maior construtor desses tipos de instrumentos. Atualmente, dos 170 instrumentos criados por Arp, restam apenas 30. Portanto, o órgão de Mariana é o único fora da Europa. Esta criação musical aportou no Brasil em 1753, como presente da Coroa portuguesa ao primeiro bispo da cidade. Os visitantes e moradores da cidade podem ouvir seu som todas às sextas-feiras às 11h30 e aos domingos, às 12h15.
Basílica de São Pedro dos Clérigos
Outro monumento da cidade mineira é a Basílica de São Pedro dos Clérigos, na praça São Pedro. Por estar situado no pico de uma colina, quem o visita pode admirar a linda vista do município.
Apesar de sua edificação ser de 1752, ela não está concluída. Só a construção das torres demorou cem anos para ficar pronta, em 1920. Sendo assim, a torre da esquerda foi feita de pedra, e a da direita, de tijolos.
Seu altar conta com esculturas em cedro avermelhado, chamando a atenção do público. Nesta igreja encontra-se o maior santo oco do país, uma imagem de 2,13 m de São Pedro, que possui uma abertura na parte posterior. Em seu interior eram escondidos livros de origem francesa, em que a maioria abordava o iluminismo.
No altar também existe um túnel de quatro quilômetros cavado que servia como rota de fuga em caso do local ser invadido. O caminho liga a Igreja de São Pedro à Mina de Passagem.
Mina de Passagem
Além de igrejas, também merece ser visitada a Mina de Passagem, considerada a maior mina de ouro do mundo e está aberta à visitação. O local fica entre as cidades de Mariana e Ouro Preto. O percurso começou a ser escavado no século 17 e estima-se que saíram de lá mais de 35 toneladas do famoso pó dourado.
O túnel de visitação é bem maior do que o das minas de Ouro Preto, por ser uma jazida industrial. Sua descida possui 120 metros de profundidade e pode ser feita por meio de um antigo trolley utilizado pelos mineradores.
Para visitar a mina custa R$ 88 e o passeio dura em média uma hora. Guias acompanham todo o trajeto, explicando todo o período do ciclo do ouro. Além da visita a pé, o local também pode ser adentrado por mergulhadores, mas desde que estes possuam certificado e agendem a visita para mergulhar no lago que há dentro da mina.
Museu da Música da Arquidiocese de Mariana
O Museu da Música da Arquidiocese de Mariana é outra atração turística além das igrejas da região. Ele está situado no Centro Cultural Arquidiocesano Dom Frei Manoel da Cruz, o antigo Palácio dos Bispos. O local abriga mais de 2.000 partituras, além de outros documentos considerados raros, datados dos séculos 18 e 19, livros e claro, instrumentos musicais.
Fonte: Folha de S. Paulo
*Foto: Divulgação / Iphan