cotidiano dita a 12ª bienal de arquitetura de são paulo
Cultura

Cotidiano dita a 12ª Bienal de Arquitetura de São Paulo

Bienal de Arquitetura de São Paulo deste ano aposta em novos formatos e ocupa o CCSP e o Sesc 24 de Maio

Com obras baseadas no cotidiano, começa nesta semana a 12ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo. A mostra foi preparada por um trio de curadores em que o desafio gira em torno de como pode se dar materialidade ao que é vivido todos os dias.

Tema da Bienal de Arquitetura deste ano

Sob o tema “Todo Dia”, foi proposto pelo trio de curadores: os brasileiros Vanessa Grossman, 38, e Ciro Miguel, 39, e a francesa Charlotte Malterre-Barthes, 40. Os três têm em comum a ligação com a ETH, escola suíça de arquitetura. Ciro e Charlotte ministram aulas neste local e já a Vanessa, esta curando seu pós-doutorado na instituição.

Diferentemente do que já proposto um dia, esta edição não teve o tema sugerido pela IAB-SP (Instituto de Arquitetos do Brasil).

Na época do edital, vencido pelos três, coube recurso, no sentido de outros participantes reivindicarem que os concorrentes deveriam residir no país, ou seja, na Suíça.  

Mesmo assim, o júri manteve sua escolha e os três vencedores trabalharam por um ano, sendo que uma parte dela à distância, com o intuito de conceber o programa de duas exposições da mostra, além de elaborar um conteúdo com debates.

Conceito da Bienal de Arquitetura

Sobre isso, Grossman explicou à Folha de S. Paulo que o trio decidiu que o mote da exposição seria que “existe uma reincidência de temas” que atualmente estão no pensamento dos arquitetos e que “podiam ser decantados e chegar ao cotidiano”.

Já Miguel complementa a informação:

“Nossa geração herdou um mundo já construído, com o qual os arquitetos têm de lidar”.

Três eixos

Os curadores decidiram traduzir estes temas cotidianos por meio de três eixos: relatos do dia a dia, materiais do cotidiano e manutenções diárias. No primeiro caso entram as relações sociais na zona urbana; no segundo, entra a sustentabilidade; e no terceiro, podem ser inclusos de os cuidados de si mesmo até a preservação de prédios.

É o caso dos dois “edifícios-manifesto” ou “máquinas urbanas”, como se refere o trio, foram os contemplados para abrigarem as mostras. São eles: o Sesc 24 de Maio, com projeto assinado pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha, e o Centro Cultural São Paulo, concebido pelos arquitetos Eurico Prado Lopes e Luiz Telles.

Lidar com a realidade

Para o presidente do IAB-SP, Fernando Túlio, para esta edição da Bienal de Arquitetura ter relevância ela deve “fomentar estratégias para lidar com a realidade”, além de tocar “um público amplo, sair das amarras de um debate ligado à categoria, para que as pessoas reconheçam alternativas para requalificar sua vida”.

É neste conceito que obras dos convidados da curadoria estarão dispostas nas dependências do Sesc. O trio chama estas instalações de “dispositivos”, pois se tratam de trabalhos que buscam ativar percepções, em relação à utilização do edifício e suas ligações com o entorno.

As obras estão espalhadas pelo prédio. No entanto, de acordo com Materre-Barthes:

“Mas nos espaços mais banais, não no espaço expositivo”, frisa Malterre-Barthes.

Com isso, quem for ao local poderá ter contato com a exposição de fato, seja por procurar o espaço exato da mostra ou enquanto está andando pelas dependências do Sesc.

Galeria do Reggae

Um dos trabalhos que poderão ser vistos são do antropólogo brasileiro Hélio Menezes, em parceria com os sul-africanos do escritório Wolff Architects. Os penteados afro da Galeria do Reggae, vizinha ao Sesc 24 de Maio, permeiam a decoração de uma estrutura flutuante entre os dois anexos. Já no saguão do Sesc será montado um salão de cabeleireiro.

CCSP

A Bienal de Arquitetura deste ano ainda traz obras que serão expostas no CCSP (Centro Cultural São Paulo). Ao todo, são 74 trabalhos, vindos de 26 países, que foram selecionados entre 710 que atenderam ao chamado público promovido pelos curadores.

A seleção optou por imagens de projetos, mas também de muitos vídeos, que segundo Grossman possui uma “linguagem completamente abraçada pelos arquitetos” e que são conectadas por uma “dimensão temporal”.

Para saber mais sobre a 12ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, como os horários e locais de debates, basta acessar o site oficial. E as duas mostras acontecem até o dia 29 de setembro.

Fonte: Folha de S. Paulo

Foto: Divulgação / Ciro Miguel

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