Melhor cacau do Brasil contemplou além das cidades baianas, localidades dos estados do Pará e do Espírito Santo
O II Concurso Nacional de Cacau Especial premiou na semana passada sete cacauicultores de três estados brasileiros em três diferentes categorias: varietal, blend e experimental.
Melhor cacau do Brasil
Todavia, a Bahia teve o maior número de inscritos e levou o maior número de prêmios também. Na categoria varietal, o produtor baiano José Luís Fagundes ficou em segundo lugar. Há três anos ele fez um investimento em sua fazenda, situada na cidade de Igrapiúna, já pensando em produzir um cacau de qualidade, afirma:
“Mesmo sem a expertise que tenho hoje, eu já acreditava nesse sonho e consegui fazer os colaboradores embarcarem nele junto comigo. Sem eles, não conseguiríamos esse prêmio.”
Ainda na categoria varietal, o cacauicultor Gleibe Luís Torres, da Fazenda Mariglória, em Itajuípe, ficou em terceira posição.
Além disso, o estado baiano se destacou na categoria blend, em terceira posição, dada a Alexandre Buhr Magalhães, da Fazenda Ouro Verde, em Maraú. Sobre o reconhecimento, Magalhães disse:
“Uma fazenda é uma empresa, precisa lucrar. E, pra isso, é preciso mudar o formato de plantio, manejo e comercialização. Eu tento cada vez mais trazer os funcionários para esse novo mundo.”
Ele já visa novas possibilidades comerciais a partir deste prêmio.
Iniciativa conjunta
Neste ano, os três estados se uniram para premiar o melhor cacau do Brasil, mudando o cotidiano desses cacauicultores. Foram 63 produtores inscritos, vindos da Bahia, Pará e Espírito Santo. Desse total, 27 foram selecionados para as últimas fases do concurso. A avaliação envolveu a análise sensorial do líquor e degustação do chocolate, explica Cristiano Villela, diretor científico do Centro de Inovação de Cacau (CIC) e presidente do Comitê Nacional de Qualidade de Cacau Especial:
“Independentemente de quem ficou em primeiro, segundo ou terceiro lugar, todos os estados foram representados e premiados. São todos merecedores.”
Não houve vencedores e sim premiados
Opinião semelhante teve a jurada técnica do concurso, Adriana Reis, que é gerente do CIC. Para ela não houve vencedores e sim premiados. Ela revela que as notas finais dos lotes ganhadores foram muito próximas:
“Alguns não entraram na lista dos premiados por apenas um décimo.”
Venda em commodity
Em termos de negócios, a maior parte da produção de cacau dos participantes do concurso vai para a venda em commodity. Porém, os produtores afirmam que estão investindo cada vez mais na produção de amêndoas especiais. Portanto, essa modalidade requer maior cuidado no plantio, manejo, colheita, fermentação e armazenamento. Sendo assim, elas conseguem ser vendidas tanto por aqui como no exterior, como cacau fino, que agrega maior valor para a produção de chocolates de origem.
Parceiros
O II Concurso Nacional de Cacau Especial é uma iniciativa conjunta da cadeia de cacau. Ela tem como apoiadores: Barry Callebaut, Cargill, Dengo, FAEB/SENAR, Harald, Mondelez, Gencau (Theo). Já a execução fica a cargo do CIC, em parceria com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC).
*Foto: Divulgação/Ana Lee