Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento autorizou cervejaria Backer autilizar litros de cerveja acumulada com o fechamento da fábrica, para a produção de álcool em gel
A cervejaria Backer, de Minas Gerais, reabriu as portas nesta terça-feira (28) após 42 pessoas se intoxicarem e nove morrerem ao ingerir cerveja contaminada. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) realizou uma inspeção, que resultou na retirada dos lacres dos tanques e da liberação para que a que empresa remova os 472 litros de cerveja acumulados desde o fechamento da fábrica. Segundo o órgão, a companhia permanecerá interditada até a apuração total dos fatos.
Cervejaria vai produzir álcool em gel
A ideia da cervejaria Backer é reaproveitar a cerveja acumulada em seus reservatórios há mais de 90 dias para produzir álcool em gel 70%. Toda produção será doada para ajudar no combate do novo coronavírus. Segundo a companhia, aproximadamente 28,3 mil litros de álcool serão fabricados com a cerveja retida nos tanques, que antes seriam descartados.
Perícia da Polícia Civil
Os técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, juntamente aos peritos da Polícia Civil, recolheram amostras do material para nova perícia. Um teste realizado nos tanques liberados deu negativo para a presença das substâncias monoetilenoglicol e dietilenoglicol. Com isso, estes reservatórios estarão liberados para voltar à produção de cerveja após a certificação.
Para Estevão Nejn, advogado da Backer, a liberação gradual da fábrica é motivo para comemorar. Porém, ressaltou ao jornal Estado de Minas, que ainda há muito a ser feito para que a cervejaria volte a produzir normalmente:
“É preciso cautela, pois o inquérito ainda deve ser concluído, mas é uma sinalização importante de que foi algo pontual, isolado, que não há contaminação na fábrica. Toda a linha de produção passará por testes e certificações do Ministério da Agricultura para que a Backer possa voltar a produzir com segurança e qualidade.”
Nota do Mapa
Em nota, o Mapa declara que a cervejaria Backer segue sem poder exercer suas atividades:
“O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informa que a cervejaria Backer segue interditada até que seja possível afirmar que não há riscos para a produção de cervejas no local. Na tarde desta terça-feira (28), auditores fiscais federais agropecuários do Mapa estiveram na cervejaria para autorizar o descarte da cerveja apreendidas nos tanques da fábrica.”
À empresa compete o dever de fazer todo o processo de esterilização, testagem e certificação de todas as fases de produção por técnicos do próprio Ministério da Agricultura, além de adotar novos protocolos de segurança.
Estrago no estado mineiro
Mesmo após todo o estrago feito no estado mineiro, em que famílias das vítimas chegaram a divulgar uma carta aberta contra a cervejaria, a Backer já tinha pedido às autoridades a liberação da fábrica com base nas investigações da Polícia Civil, que disseram que não houve contaminação na água da fábrica.
Dos 70 reservatórios de produção de cerveja, apenas um ainda permanece sob investigação. Outros três seguirão lacrados para novos testes, pois seu conteúdo esteve em contato com o tanque investigado. Sendo assim, a companhia manteve os empregos desde então.
Bens bloqueados
Os bens da cervejaria foram bloqueados pela Justiça desde o incidente com a contaminação da cerveja Belorizontina. O objetivo é atender aqueles clientes que apresentarem em juízo os comprovantes das despesas médicas, que não forem cobertos pelos planos de saúde, em virtude dos prejuízos causados pelo consumo de produtos da Backer. Segundo a empresa, mesmo sem a receita, os empregos dos funcionários foram preservados no período de interdição da fábrica.
Fonte: jornal Estado de Minas
*Foto: Divulgação / Site Fui Ser Viajante