Casos graves de hérnias integram total de 39 mil cirurgias de caráter emergencial, realizadas em 2021, de acordo com a Sociedade Brasileira de Hérnia
A cada ano, o Brasil realiza 600 mil cirurgias para tratar hérnias abdominais. Os casos têm alta prevalência e afeta em torno de 20% da população.
Casos graves de hérnias
Apenas em 2021, o SUS realizou 148.4 mil procedimentos de correção de hérnia. Desse total, foram considerados casos graves de hérnias 39 mil intervenções.
Contudo, entre janeiro e maio deste ano, a soma já chega a 95,5 mil, com 19 mil casos de emergência. Além disso, em 2019, antes da paralisação das cirurgias eletivas por conta da pandemia, o número de procedimentos chegou a 387,3 mil, sendo 45 mil urgências.
Porém, vale destacar que também em decorrência da pandemia, o número de cirurgias de hérnias abdominais caiu no ano passado. Foi o que ocorreu na rede SUS em Santa Catarina, com queda de 52%, ou levantamento do DataSus.
Tipos de hérnia
A doença consiste em uma abertura na musculatura do abdômen que permite a passagem de uma porção de gordura ou de um órgão através dela. Tal condição provoca dor e desconforto ao paciente, especialmente durante a prática de atividades físicas.
Segundo o médico Gustavo Menelau, as hérnias podem ser “adquiridas ou congênitas”, e podem surgir em diversos lugares da parede abdominal. Porém, as mais comuns são as umbilicais, inguinais e epigástricas.
Casos graves de hérnias podem levar à morte
Por se tratar de doença com alta prevalência na população, seu tratamento é exclusivamente cirúrgico. Complicações como o estrangulamento e o encarceramento são consideradas casos graves e podem exigir cirurgia de emergência.
Segundo o cirurgião e presidente da Sociedade Brasileira de Hérnia, Dr. Marcelo Furtado, os casos graves que não recebem o tratamento adequado podem levar à morte.
“Isso acontece porque a hérnia estrangulada corta a circulação sanguínea e pode levar à gangrena e, consequentemente, a morte do órgão e do paciente. As hérnias de tamanho médio, que medem entre dois e dez centímetros, e as hérnias femorais (que acontecem na região da virilha, principalmente em mulheres), são as que têm maiores riscos de complicações.”
Atendimento antes de possíveis complicações
Por outro lado, o cirurgião e vice-presidente da SBH, Gustavo Soares, explica que o ideal é que os atendimentos sejam realizados antes de possíveis complicações.
“Tratar o paciente com hérnia da forma mais breve possível, após o diagnóstico com indicação cirúrgica, é essencial para evitar casos mais graves e cirurgias mais complexas.”
Hérnia na virilha (inguinal)
Contudo, de todos os tipos de hérnias abdominais, as que ocorrem na virilha e são chamadas de inguinais, são as mais frequentes na população. Isso representa 75% do total de casos. Mas, neste caso, são mais comuns em homens.
Recuperação cirúrgica
Por fim, o tempo de recuperação vai depender sempre do tipo de cirurgia realizada e do tamanho da hérnia do paciente. Depois do tratamento cirúrgico é possível retomar a rotina de atividades, respeitando o período de repouso.
*Foto: Reprodução